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20/04/2020Undime

Educação infantil a distância durante a pandemia passa a ser questionada

Nesta semana, quarentena pelo novo coronavírus faz um mês nas escolas; para crianças até 5 anos, o desafio é usar poucas telas, mas manter vínculo

Nesta semana completa-se um mês que alunos e professores foram apresentados a uma nova escola por causa da pandemia de coronavírus, aquela que ninguém frequenta e as atividades chegam pela internet. Há discussões de todos os tipos, mas uma delas era impensável até pouco tempo: o ensino a distância para crianças pequenas e bebês. Recomendações médicas falam em restringir telas – e aí, incluem-se os computadores – para menores de 5 anos. Além disso, a educação infantil não é estruturada com conteúdos ou disciplinas e, sim, focada na interação e nas brincadeiras.

Nos últimos dias, diversas entidades passaram a se pronunciar a respeito da educação infantil nesse novo contexto e a entender que, para os pequenos, deve ser flexibilizada a exigência de se cumprir as 800 horas letivas. Mesmo assim, muitas escolas têm experimentado atividades remotas, principalmente as particulares. Especialistas dizem que o papel da escola de educação infantil agora é acolher os pais, ajudá-los a enfrentar o momento com seus filhos em casa e manter o vínculo com a turma e a professora. E não o de lotar caixas de e-mails e ferramentas online com atividades diárias.

“A educação a distância é inadequada para ensino infantil”, sentencia a gerente de conhecimento aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Beatriz Abuchaim. “A atividade tem de ser concebida com a criança como protagonista. Em frente à tela, ela é passiva e não protagonista. Como é possível que a própria escola aumente o tempo de tela da criança?” Para ela, as instituições deveriam propor leituras e ajudar os pais a criar uma rotina para os filhos no isolamento. “Interação on line uma vez por semana para manter o vínculo é suficiente”, afirma Carolina Velho, especialista da Organização dos Estados Ibero Americanos (OEI) e da Rede Nacional da Primeira Infância. Para bebês até 2 anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda nenhuma exposição às telas. Entre 2 e 5 anos, no máximo, uma hora por dia.

Carolina diz que o importante agora é escutar as crianças, que podem estar com medo e ansiosas. E sugere atividades cotidianas, como ajudar a varrer a casa, cozinhar ou escrever em um teclado de mentira ao lado dos pais que fazem home office. “Temos de usar o momento que estamos vivendo para eles brincarem e, assim, aprendem.” Educadores falam, inclusive, da importância do ócio. Deixar as crianças sem fazer nada pode ser perturbador para os pais, mas elas acabam encontrando o que fazer de uma maneira criativa, garantem.

A União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), que reúne os secretários municipais do País, publicou nota, afirmando que nem todos os estudantes têm autonomia para o ensino a distância e, na educação infantil, é “necessário um outro tipo de abordagem para garantir o ensino-aprendizagem, visto que o processo se dá de maneira interacional”. A entidade quer que o calendário da educação infantil seja flexibilizado em relação às 800 horas exigidas. “Imagina o absurdo que seria colocar bebê para repor aula na creche aos sábados”, questiona Beatriz.

Confira a íntegra: https://bit.ly/3dad2oP 

Fonte: Estadão/ Foto: Tiago Queiroz, Estadão

https://bit.ly/3dad2oP 


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